“Mas para que serve tudo isso?” O estudante de humanas já terá escutado muitas vezes essa fatídica pergunta. Num mundo excessivamente técnico, científico, a impressão de que as humanidades carecem de relevância é generalizada. Um observador cuidadoso, porém, haverá de perceber que, não obstante o excesso de especializações profissionais que hoje impera, cada vez menos as pessoas pensam em questões tão fundamentais quanto o sentido da vida, o controle das paixões, a natureza dos vícios e das virtudes, a ordem e desordem dos afetos, o amor, a inveja, a amizade... Isso é grave. E onde se pode encontrar esse norte capaz de tornar a vida dos homens e mulheres verdadeiramente humana? Definitivamente, nos grandes livros. Na educação das humanidades. Em outras palavras, na educação liberal. É precisamente esse o tema de Uma educação liberal: elogio dos grandes livros. Nele, José Maria Torralba discorre sobre o modo como a tradição intelectual do Ocidente pode conferir ao homem um espírito de reflexão que lhe abre horizontes intelectuais e afetivos riquíssimos. E não só: também revela como implementou, na Universidade de Navarra, um currículo interdisciplinar inteiramente voltado para essa formação.