Os grandes intelectuais ateus — Jean-Paul Sartre, Albert Camus, Michel Onfray — estão de acordo: a vida é, em si, absurda. Se Deus não existe, nada existe fora do mundo físico, o que significa que nenhum de nós é mais que um acidente da natureza. Somos o mero produto da sorte, não fomos quistos por ninguém, de modo que não temos nenhuma razão de ser. Como consequência, não pode haver outra razão senão a razão científica. Ideias assim já não são novidade nem motivo de escândalo, e muito já foi escrito sobre elas nos últimos anos – mesmo que o cristianismo, longe de representar um obstáculo ao pensamento científico, tenha lhe prestado todo o seu apoio. Bastien, conhecedor do pensamento ateu inglês e americano, expõe aqui como a ciência não contém verdades opostas às da metafísica. Apenas uma filosofia equivocada, que contenha em si um dogmatismo materialista, é capaz de construir essa oposição — e em alguns casos o faz com ironia e convicção, mas imersa em falácias e sem precisão nenhuma.